terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dona Mariazinha

Enquanto eu trabalhava, hoje pela manhã, me ligou uma tal de Dona Maria Teresinha, ou 'Só Mariazinha, querida' como ela mesma se intitulou... senhora simpática, voz calma, uma típica blumenauense. O que me surpreendeu, foi o quase imperceptível desespero em sua voz. Parecia que ela estava tentando esconder um sofrimento a muito esquecido, ou como percebi depois, todo dia revivido. Após quase 5 minutos de conversa, vi que eu não estava realmente enganada. Trabalho em uma imobiliária, e já recebi diversas ligações de pessoas que foram vítimas da enchente de Novembro, muitas pessoas que perderam tudo, ou quase tudo, e que não tem o apoio do governo para conseguir sua casa de volta por questões burrasocráticas e toda aquela baboseira governamental.Mas esse é um caso diferente, afinal, não é todo dia que vemos historias de amor desse tipo. Dona Maria, ou melhor, Mariazinha, me disse que tinha vindo de Lages com seus parentes ano passado, em Agosto, tinha vendido a sua casa lá, para vir morar com o filho, pois ele estava fazendo faculdade na FURB, mas a mãe não queria ficar longe do garoto. Eles não tinham uma vida má, pelo contrario, segundo ela, sempre teve empregos bons, junto com o seu marido, e então vieram, deixando família, e amigos para trás, e mudando mais uma vez a sua vida pelo filho. Quando aconteceu o desastre, eles estavam morando na região do Garcia, e ficaram ilhados na sua casa, como não estavam em área de risco, e em uma das poucas áreas do Garcia que não pegaram enchente, eles estavam por um ponto até que tranquilo. Até vir a notícia. A namorada do filho de Mariazinha, estava em casa, quando a casa desabou, sabendo disso, o filho desatou a correr (e nadar) até a casa da namorada, deixando os pais ali, somente com a preocupação e a esperança de que tinha dado tudo certo. Uma, duas, tres horas se passaram, e nada. Somente cerca de 5 horas depois que o filho volta, com um dos braços quebrados, e chorando, desesperado, pois tinha feito de tudo, e não havia encontrado a namorada. Mariazinha cuidou do filho como pôde, mas ele entrou em desespero, não dormia, não comia, a pouca água que restavam naqueles 2 dias de desespero ele não bebia. A dor no braço, não era nada comparado a dor da 'perda' que ele sentia. Quando as coisas se acalmaram, a água baixou, e as pessoas voltaram a circular 'livremente' por Blumenau (no Garcia, cerca de 2 dias depois da enchente), parece que tudo o que Mariazinha havia 'perdido' voltou a tona. A nora querida, aparece em casa, e o filho (com o braço já engessado e sendo tratado), voltou 'à vida'. Contava ela que minutos antes de a casa desabar, ela saiu atrás dos pais, que estavam na casa dos irmãos, saiu de casa somente com roupas, algumas comidas e uma foto, dela e do amado, que segundo ela, era sua preferida.
O que mais me impressionou nisso tudo, é que no final das contas a casa de Dona Mariazinha não desabou, afinal. O que ela estava querendo era uma casa para o filho, e o desespero? Bem, toda mãe fica desesperada quando está a semanas do casamento do filho.
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Eu AMO a tecnologia *-* hoje graças ao meu aparelho (um beijo à doutora Adriana --') não consegui abrir o sachê de maionese na padaria, e descobri a melhor invenção dos últimos tempos [?]. O CORTADOR DE SACHÊ! Ficaram de cara né? Amanhã eu comento mais sobre o assunto.
Beijos beijos.

Um comentário:

  1. que historia lindaa
    e parabens para os noivos \õ
    eu jurei que algo de horrivel ia acontecer D:
    mas que bom que deu tudo certo pra eles \õ/

    e amo, eu tbm ja descobri esse cortador
    muuuito pratico! XD

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